Cadeias de Valor Sustentáveis

Pirarucu pronto para ganhar o mundo

Embaixadores provam o peixe de manejo e abordam exportação e mudanças climáticas globais.

O potencial de exportação do pirarucu selvagem de manejo da Amazônia foi levantado pelo Encarregado de Negócios dos EUA, Douglas Koneff, em almoço, em Brasília. O encontro reuniu embaixadores de países que apoiam a conservação e o desenvolvimento na Amazônia e buscam soluções para as mudanças climáticas globais.

— O desafio de salvar o pirarucu [da pesca predatória] e garantir que ele seja consumido de forma sustentável já foi vencido. O próximo desafio é conquistar paladares de outras regiões do Brasil e do mundo. Vejo a possibilidade de exportar o peixe para mercados internacionais, como dos Estados Unidos e da Europa — destacou Koneff. 

Prato com o pirarucu sustentável elaborado pelos chefs Mara Alcamim e Ricardo Lapeyre. Foto Embaixada dos EUA

O almoço para os embaixadores marcou o lançamento do Festival Gosto da Amazônia, que acontecerá em Brasília, entre 9 a 26 de setembro, com 50 restaurantes participantes. O evento gastronômico já passou pelo Rio de Janeiro e por São Paulo. 

O Gosto da Amazônia faz parte da cooperação técnica entre Estados Unidos e Brasil, financiada pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). O projeto busca a valorização da produção sustentável do pirarucu selvagem e o respeito aos modos de vida das populações tradicionais da Amazônia. A iniciativa proporcionou um aumento de 75% do valor pago aos manejadores e transformou a vida de mais de 2.100 pessoas que tiveram sua renda anual acrescida em R$1,2 milhão.

Representantes da União Europeia, Alemanha, Noruega e França experimentam o pirarucu de manejo. Foto oficial Embaixada dos EUA

Um dos convidados do almoço, o presidente do Memorial Chico Mendes, Adevaldo Dias, que apoia as organizações comunitárias na comercialização do pirarucu, ressalta a importância do consumo do peixe para o desenvolvimento econômico e social:

— Além da conservação ambiental, há o aspecto da relação social justa com quem faz o manejo. Quando você consome o pirarucu Gosto da Amazônia, você sabe que o peixe não vem de uma relação análoga à escravidão, pois essas famílias são remuneradas de forma justa.

Publicado em: 18.08.2021, em O Globo

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